Eunice Muñoz

Eunice Muñoz

Eunice Muñoz, com origem numa família de actores, nasceu em Amareleja a 30 de Junho de 1928, sendo considerada uma actriz portuguesa de referência do teatro, televisão e cinema português e uma das melhores actrizes portuguesas de todos os tempos.
Estreia-se com apenas 13 anos, na peça “Vendaval” (1941), de Virgínia Vitorino, no Teatro Nacional D. Maria II. O seu talento é de imediato reconhecido e, em 1942 ingressa no Conservatório Nacional de Lisboa, terminando o curso de Teatro três anos mais tarde, com a classificação de 18 valores.
Ao longo da sua actividade artística desempenhou papéis de todos os géneros teatrais, em obras dos mais destacados dramaturgos clássicos e contemporâneos, entre outros: Jean Anouilh, Cocteau, Shaskespeare, Tenassee Williams, Samuel Beckett, Lillian Helman, Arrabal, Garcia Lorca, Botho Strauss, Bertold Brecht, Herman Broch, Racine, Pirandello, Bernardo Santareno, Genet, António Patrício. Populariza-se em “A Casta Susana”, de Georg Okonkowikski e no teatro celebriza-se na peça Chuva de Filhos, de Margaret Mayo, no Teatro Variedades.
A sua estreia no cinema dá-se em 1946, no filme “Camões”, de Leitão de Barros, cuja interpretação lhe vale o prémio do SNI – Secretariado Nacional de Informação, para melhor actriz cinematográfica do ano. Os filmes “A Morgadinha dos Canaviais” (1949), de Caetano Bonucci e Amadeu Ferrari em 1949, “Ribatejo” (1949) “Cantiga da Rua” (1950) de Henrique Campos são os trabalhos que se seguem.
Eunice Muñoz é agraciada com alguns dos mais importantes galardões nacionais, tendo em 1955 recebido o Prémio da Crítica pelo seu desempenho em Joana d’Arc e em 1963 o Prémio SNI com O milagre de Ana Sullivan. No ano seguinte, ganha o Prémio da Imprensa com Admirável mentiroso, feito que repetiu em 1969 em Quatro estações.
Começa a aparecer regularmente na televisão em peças repetidas por desejo expresso do público, como “O Pomar das Cerejas”, “A Dama das Camélias”, “Os Anjos não Dormem” ou em séries como “Cenas da Vida de uma actriz” ao lado da sua mãe Mimi Muñoz.
Participa também em alguns filmes neste período, com interpretações antológicas em Manhã Submersa (1980) de Lauro António, A Fachada (1986) de Júlio Alves, Repórter X (1988) de José Nascimento, Tempos difíceis (1987) de João Botelho, matar Saudades de Fernando Lopes (1988) e Entre os dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra (2008) A sua estreia em telenovelas dá-se em 1993 com a interpretação de D. Branca em A Banqueira do Povo , de Walter Avancini, tendo depois feito diversas novelas até 2020, entre as quais: Olhos de Água (2001), Sonhos Traídos (2002), Dei-te Quase Tudo (2005), Ilha dos Amores (2007), Equador (2009) ou Destinos Cruzados (2013).
Em 1991, celebram-se os seus 50 anos de Teatro, com uma exposição no Museu Nacional do Teatro, tendo sido condecorada pelo Presidente Mário Soares no Teatro Nacional. A 28 de Novembro de 2011 celebrou 70 anos de carreira. Retira-se da carreira artística em abril de 2021, ao comemorar os 80 anos de carreira, com a peça A margem do Tempo
Galardoada com o Prémio Sophia Carreira em 2015.