António da Cunha Telles

António da Cunha Telles

António da Cunha Telles é considerado um dos pais do Cinema Novo português. Nascido no Funchal a 26 de Fevereiro de 1935, dirigiu o seu primeiro filme quando ainda estudava Medicina. Cedo abandonou o curso para se dedicar em exclusivo ao cinema. Estudou Realização, Produção, Técnicas Audio-Visuais em escolas tão prestigiadas como o IDHEC e a Sorbonne, em Paris, entre 1955 e 1960.
Regressado a Portugal, enveredou pela produção assinando títulos como “Verdes Anos” de Paulo Rocha, “Domingo à Tarde” de António de Macedo, “O Trigo e o Joio” de Manuel Guimarães ou “Mudar de Vida” de Paulo Rocha.
Em 1969 realizou a longa-metragem “O Cerco”, seguindo-se “Meus Amigos” em 1973, “Continuar a Viver” em 1966, “Vidas” em 1983, “Pandora” em 1992 e “Kiss Me” em 2004.
Ao longo das décadas seguintes produziu dezenas de filmes de cineastas como João Botelho, António-Pedro Vasconcelos, José Álvaro Morais, José Fonseca e Costa, Alberto Seixas Santos, Joaquim Leitão, Eduardo Geada, Leandro Ferreira, João Pedro Ruivo ou Jorge Paixão da Costa, entre outros.
Como co-produtor ou produtor executivo, António da Cunha Telles esteve ligado a filmes como “La Peau Douce” de François Truffaut, “Streets of No Return” de Samuel Fuller, “”L’Oeil qui Ment” de Raul Ruiz, “Belle Epoque” de Fernando Trueba, vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Fintar o Destino” de Fernando Vendrell ou “Terra Estrangeira” de Walter Salles, além de dezenas de obras de cineastas como Pierre Kast, Juan Miñon, Catherine Breillat, Ken McMullen, Clive Donner, Philippe Clair, Fina Torres ou Bertrand Tavernier.
Entre 1972 e 1978 foi também distribuidor, devendo-se a António da Cunha Telles a exibição em salas de cinema de filmes de Sergei Eisenstein, Bernardo Bertolucci, Glauber Rocha, François Truffaut, Alain Tanner ou Nagisa Oshima.