José Fonseca e Costa

José Fonseca e Costa

José Fonseca e Costa, realizador português, nasceu em 1933, mudando-se para Lisboa em 1945, período de consolidação do Estado Novo.
Membro da Direcção do Cineclube Imagem, fez crítica cinematográfica nas revistas Imagem e Seara Nova. Fez também a tradução para português de livros da autoria de Sergei Eisenstein, Guido Aristarco, e de alguns romances como Il Compagno de Cesare Pavese ou Passione di Rosa, de Alba Cespedes.
Aquando da fundação da Rádio e Televisão de Portugal, em 1958, Fonseca e Costa concorre a uma vaga de assistente de realização, fica classificado em primeiro lugar, mas vê-se impedido de entrar na empresa por interferência da PIDE. Em 1960 volta a ver recusada uma bolsa, solicitada ao Fundo do Cinema Nacional para estudar cinema do Reino Unido e, pouco depois, é detido por participação em acções antifascistas. Em 1961 fixa-se em Itália, onde é assistente estagiário de Michelangelo Antonioni em “O Eclipse”.
Em 1964, volta para Portugal e produz e dirige filmes publicitários, e realiza vários documentários sobre indústria e turismo, tais como “Era o Vento… E o Mar… Sesimbra” (1966), “A Metafísica do Chocolate“(1967), “Regresso à Terra do Sol” (1967), “The Pearl of Atlantic – Madeira” (1968), “The Columbus Route (1969)”, “Golf in Algarve” (1972).
Em 1972 estreia-se como realizador de longas-metragens de ficção com “O Recado”, um dos primeiros filmes produzidos pelo Centro Português de Cinema.
Realizador do Cinema Novo, participou no filme colectivo do pós-25 de Abril, “As Armas e o Povo” (1975). Em 1982, estreia “Sem Sombra de Pecado”, filme selecionado para o Festival de Cannes (“Quinzaine des Réalisateurs”) em 1983. No Festival da Corunha, o mesmo filme foi galardoado com o Prémio de Melhor Realização e Melhor Atriz (Victoria Abril) no Festival da Corunha. Na mesma década, realizou filmes como “Música, Moçambique” (1980/81), “Balada da Praia dos Cães” (1985), “Os Cornos de Cronos” (1989) e ainda “Le Blocus” (1990).
Em 1996, estreia “Cinco Dias, Cinco Noites”, longa metragem adaptada do romance homónimo de Manuel Tiago, filme de grande sucesso, tendo sido premiada no Festival do Gramado, nos Globos de Ouro e selecionado para o Montreal World Film Festival. Assinou ainda “O Fascínio” (2003), “Viúva Rica solteira não fica” (2006) e “Os Mistérios de Lisboa or What the Tourist Should See’ (2009), adaptado do guia turístico (1925) de Fernando Pessoa.
Foi dirigente do Centro Português de Cinema e da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais.
Faleceu a 1 de Novembro de 2015.