Carmen Dolores

Carmen Dolores

Nascida em Lisboa a 22 de Abril de 1924, Carmen Dolores foi uma actriz e escritora, que desde cedo se dedicou ao teatro. A sua estreia foi, no entanto, no cinema. Aos 19 anos, interpretou a figura de Teresa de Albuquerque, no filme “Amor de Perdição” (1943), adaptação de António Lopes Ribeiro do romance de Camilo Castelo Branco. Seguiu-se “Um Homem às Direitas” (1945) de Jorge Brum do Canto, A “Vizinha do Lado” (1945) de Lopes Ribeiro e “Camões” (1946) de José Leitão de Barros.
Só dois anos mais tarde, em 1945, iniciou a sua carreira teatral, na companhia Os Comediantes de Lisboa, desempenhando o papel de Agathe em “A Mensageira dos Deuses”, de Jean Giradoux. Em 1946 e 1947, participou em Pétrus, de Marcel Archard e O Cadáver Vivo de Tolstoi.
Na década de 50, fez parte do elenco do Teatro Nacional D. Maria II, representando vários papéis de relevo em peças como “Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare em 1952, “Astúcias de Scapin”, de Molière em 1956 ou “D. Inês de Portugal”, de Alejandro Casona em 1957. No Teatro Avenida, distinguiu-se pelas suas interpretações entre 1958-59 em “O Gebo e a Sombra” de Raul Brandão e em “Seis Personagens sem Autor”, de Pirandello.
Ausente do país durante alguns anos, a actriz voltou à cena em 1983 com a peça Comédia à moda antiga, de Alexei Arbouzov, dirigida por Jorge Listopad, que lhe valeu o Prémio Eles e Elas. Dois anos mais tarde, fez parte do elenco da pela “Virgínia”, de Edna O’Brien, tendo recebido o Prémio da Crítica.
Na década de 80, trabalhou em cinema com José Fonseca e Costa em “A Mulher do Próximo” (1988) e “Balada da Praia dos Cães” (1988). Em 1998, foi dirigida por Diogo Infante em “Jardim Zoológico de Cristal”, de Tennessee Williams no Teatro Nacional.
Esporadicamente, apareceu nas telenovelas Passerelle, Chuva de Maio, A Banqueira do Povo e A Lenda da Garça e Casa da Saudade.
Abandona os palcos em 2005, com a peça Copenhaga, de Michael Frayn, encenada por João Lourenço, que lhe vale um Globo de Ouro de Melhor Actriz.
Em 2005, foi distinguida como grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Jorge Sampaio, e em 2014 com a Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Lisboa. Em 2016, foi distinguida com o Prémios Sophia de Carreira pela Academia Portuguesa de Cinema e em Julho de 2018 foi condecorada pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Mérito.