Adelaide João

Adelaide João

Maria da Glória Silva, nome artístico Adelaide João, nasceu a 27 de Julho de 1921, tendo iniciado a sua carreira como actriz amadora no grupo de teatro da Philips.
O primeiro trabalho profissional que desempenhou como actriz foi enquanto integrante do elenco do filme “Fim de semana em Madrid” do realizador Artur Ramos, em 1960. Seguiram-se peças como “A Intrusa” (1960) de Maurice Maeterlinck, “A Castro” (1961) de António Ferreira e “Eva e Madalena” (1962) de Ângelo César. Em 1962, participou na peça “A Rapariga do Bar”, no Teatro da Trindade.
Frequentou o Conservatório Nacional e foi-lhe atribuída uma bolsa de estudo da Fundação Gulbenkian para estudar em França. Em 1962 vai para Paris, onde frequenta o Cours Simon, Cours Mimique e o Cours Yves Fouret. Trabalhou com várias companhias francesas de teatro, destacando-se a Raymond Rouleau, no Théâtre de Montparnasse e a companhia do Théâtre Sara Bernhardt, já com carteira de actriz profissional em França.
Quando regressou a Portugal em 1965, voltou à televisão, onde fez várias séries, telenovelas, telefilmes e teleteatro. Participou nas primeiras telenovelas portuguesas: “Vila Faia” (1982), “Origens” (1983), “Chuva na Areia” (1985) e “Palavras Cruzadas “(1987) e mais tarde em “Nunca Digas Adeus”, “Tudo Por Amor”, “Olhos de Água”, “Inspector Max”, “Floribella”, “Casos da Vida” ou “Liberdade 21”.
Nas séries podemos destacar “Sete Pecados Mortais “(1966), “Xailes Negros” (1986), 2A Árvore” (1991), “A Loja do Camilo” (2000), “Os Batanetes” (2004), “Aqui Não Há Quem Viva” (2007).
No grande ecrã, fez parte do elenco de um grande número de filmes, portugueses e franceses, entre os quais “O Recado” (1972), “O Princípio da Sabedoria” (1975), “Amor de Perdição” (1978), “Manhã Submersa” (1980), “A Vida é Bela?!” (1982), “Les Trois Couronnes du Matelot” (1983), “Aqui d’El Rey” (1991), “O Fim do Mundo” (1993), “A Mulher que Acreditava ser Presidente dos EUA” (2003), “Águas Mil” (2009), “Os Gatos Não Têm Vertigens” (2014) e “Nascido em Angola” (2017).
Os seus últimos trabalhos foram “Conta-me como Foi”, “Um Lugar para Viver” e “The Coffee Shop Series”.

Em 2017 recebeu o Prémio Sophia Carreira. Adelaide João é uma das mais queridas actrizes dos portugueses e uma presença constante ao longo de décadas em obras dos maiores cineastas nacionais. Ela foi sempre a eterna secundária, a figura indispensável que com uma frase ou meia dúzia de cenas, com meio filme e sem nunca ter pretensão de ser protagonista, tornou-se numa das mais brilhantes estrelas de Portugal. Uma Actriz Enorme que a Academia Portuguesa de Cinema celebra com um enorme orgulho”, frisou a Academia Portuguesa de Cinema nas redes sociais, em 2017.