Sinde Filipe

Sinde Filipe

José Sinde Filipe, mais conhecido por Sinde Filipe, é um declamador, actor e encenador teatral português.
Nascido em Arganil, a 17 de Maio de 1937, foi estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo abandonado os estudos em prol do teatro. Iniciou a sua carreira no círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, que ajudou a fundar, e estreou-se profissionalmente no Teatro Experimental do Porto, sob a direcção de António Pedro. Nesta companhia interpretou principalmente autores portugueses como Raul Brandão, Bernardo Santareno e Miguel Torga.
Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, estabeleceu-se em França, onde estudou Encenação no Centre Dramatique de L’Est. Daí, foi para o Brasil em 1962, onde dirigiu peças como As Visões de Simone Marchad (Brecht), entre outras.
Regressa a Lisboa para ingressar na companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, no Teatro Nacional D. Maria II, onde representa peças de Durrenmatt, Pirandello ou Harold Pinter. Encena e interpreta duas peças proibidas pela censura Sob Vigilância de Jean Genet e a Oração de Fernando Arrabal. Passou depois pelas companhias residentes do Teatro São Luiz, Teatro Maria Matos, Teatro Villaret e A Barraca.
No cinema, estreou-se no thriller Sete Balas para Selma, de António Macedo, em 1967, voltando a trabalhar com este realizador em A Promessa (1973). Trabalhou depois em O Viúvo (1978), de João Roque, A Culpa (1980) de António Vitorino de Almeida, Dina e Django (1981) de Solveig Nordlund, Cinco Dias, Cinco Noites (1996) de José Fonseca e Costa e Zeus (2016) de Paulo Filipe, para além de várias co-produções internacionais. Também assinou a realização de algumas curtas-metragens como O Piano (1973), A Cama (1975) e A Igreja Profanada (1976).
Sinde Filipe tornou-se mais conhecido junto do grande público com a sua participação em várias telenovelas, entre as quais Os Lobos 81998), Ajuste de Contas (2000), Olhos de Água (2001), Amanhecer (2002) Laços de Sangue (2010), Belmonte (2014) e Amar Demais (2020). Participou ainda em várias séries televisivas como O Último Tesouro (2011), Liberdade 21 (2011) e Pai à Força (2009).
Recebeu o prémio Bordalo em 1967 e o Prémio da Imprensa em 1966 na categoria “Cinema”. Mais recentemente foi-lhe atribuído o Sophia Carreira de 2021 e foi condecorado pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, com as insígnias de Comendador da Ordem Infante D. Henrique.