José Manuel Correia Costa, nascido a 18 de maio de 1953, licenciou-se em engenharia eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, mas dedicou praticamente toda a sua vida profissional à Cinemateca Portuguesa, instituição com a qual começou a colaborar em 1975, ao ensino e à investigação em cinema e museologia cinematográfica.
Na Cinemateca, destaca-se o trabalho de criação e instalação do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), inaugurado em 1996 e onde acontecem “todas as importantíssimas atividades de arquivo, conservação e restauro”, e ainda o mais recente — e ainda em curso — trabalho de digitalização do cinema português, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Tem ocupado funções de destaque na área do Cinema e do Património também no âmbito internacional. De 1991 a 1996, foi Presidente do Comité Executivo do Projeto LUMIÈRE, integrado no Programa MEDIA da União Europeia. Entre 1991 e 1998, foi também Presidente do Comité Executivo da Associação das Cinematecas Europeias (ACE).
Desde 1981, fez parte de sucessivas delegações da Cinemateca Portuguesa aos congressos anuais da Federação Internacional dos Arquivos de Filmes (FIAF), tendo sido responsável pela Comissão Organizadora do 45o Congresso, que teve lugar em Lisboa em abril de 1989. Entre 1993 e 1995, integrou o Comité Executivo da FIAF. Foi ainda um dos fundadores da APORDOC (Associação pelo Documentário), e do DOC’S KINGDOM – Seminário Internacional sobre Cinema Documental, que dirigiu entre 2000 e 2013.
Na área académica, exerceu ao longo de três décadas funções de docência no departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entre 1989 e 2019, dedicando-se em particular à História do Cinema e do Documentário. Entre outubro de 2008 e agosto de 2010, foi responsável, na Escola Superior de Tecnologias de Abrantes (ESTA), por disciplinas de História, Estética e Teoria do Cinema, bem como Cinema Documental. Atualmente, é professor no mestrado em Património Cinematográfico e Audiovisual da Universidade Lusófona.
Foi ainda investigador em diversas instituições estrangeiras na área do cinema e da museologia cinematográfica, incluindo o Centre National de la Cinématographie (Paris), o British Film Institute (Londres), o Nederlands Filmmuseum (Amsterdão), ou as Cinematecas Chinesa e Indiana.
É autor de numerosos textos sobre História e Museologia do Cinema, sobre Cinema Português e sobre História do Documentário. É, além disso, autor ou coautor de diversas monografias, sobre cineastas como D. W. Griffith, Robert Flaherty, Joris Ivens ou Frederick Wiseman, e sobre cinema chinês e indiano.
A 9 de fevereiro de 2024, imediatamente após ter cessado funções como Diretor da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, foi distinguido pelo Presidente da República com o grau de Comendador da Ordem do Mérito e, no dia 26 de Maio, recebeu o Prémio Sophia de Mérito e Excelência, entregue pela Academia Portuguesa de Cinema.