Maria do Céu Guerra

Maria do Céu Guerra

Maria do Céu Guerra é uma actriz e encenadora portuguesa, nascida em Lisboa, a 26 de Maio de 1943).
É ao frequentar o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa que se começa a interessar por teatro, fazendo parte do Grupo Cénico e dando início à sua actividade em 1963, com a sua estreia na peça “Assembleia ou Partida” de Correia Garção, encenada por Claude-Henri Frèches. Pouco tempo depois, integra o grupo fundador da “Casa da Comédia”, onde participa em várias produções. Em 1965, participa na fundação do Teatro Experimental de Cascais, onde se profissionaliza e interpreta várias peças.
No início da década de 70, passa pelo Teatro de Revista e pela comédia, como a revista “Alto Lá Com Elas” (1970), de Paulo da Fonseca, César de Oliveira e Rogério Bracinha. Destaca-se nesta época a sua actuação na resista “O Zé Faz Tudo!”, no Teatro Variedades. Em 1974, fez parte do grupo fundador da companhia “Teatro Ádóque” e participa na revista “Pides na Grelha” (1974), de Francisco Nicholson, Gonçalves Preto e Mário Alberto.
Estreia em 1975, juntamente com o cenógrafo Mário Alberto, a companhia de teatro “A Barraca”, que teve A Cidade Dourada a estrear em Março do ano seguinte. Esta encenação viria a encetar uma lista de mais de 70 produções em que, para além de actriz, Maria do Céu Guerra vai desempenhando outras funções como Figurinista, direcção, concepção de guarda-roupa, cenografia, produção e, com maior preponderância, encenadora.
No cinema, a sua carreira iniciou-se com a locução em “Crónica do Esforço Perdido”, de António de Macedo em 1966, mas a sua estreia como actriz cinematográfica deu-se no premiado “O Mal-Amado” de Fernando Matos Silva, em 1973. Da sua lista de participações no grande ecrã podemos destacar filmes como “A Santa Aliança” (1978) de Eduardo Geada, “Lisboa Cultural” (1983) de Manoel de Oliveira, “Crónica dos Bons Malandros” (1984) de Fernando Lopes, “A Estrela” (1994) de Frederico Corado e, mais recentemente, “Os Gatos não Têm Vertigens” (2014) de António-Pedro Vasconcelos, que lhe valeu o Prémio Sophia na categoria de Melhor Actriz em 2015 e um Globo de Ouro, na Categoria de “Melhor Actriz em Cinema”.

No pequeno ecrã, destacam-se trabalhos como as séries televisivas “Mau Tempo no Canal” (1989) ou “Velhos Amigos” (2011), para além de vários telefilmes e teatro televisivo. Integra pela primeira vez uma novela em 2014, quando entra em “Jardins Proibidos”, seguindo-se “A Impostora” em 2016 e mais recentemente “Festa é Festa”.
Em 2021 foi agraciada com o Prémio Sophia de Carreira, durante a cerimónia dos Sophia 2021, no dia 19 de Setembro, no Casino Estoril, sendo também condecorada por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, com as insígnias de Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.