Henrique Espírito Santo

Henrique Espírito Santo

Henrique Espírito Santo, nasceu em 1932, em Queluz. Produtor, cineclubista e ocasional actor, considerado um dos protagonistas “incontornáveis” do cinema português dos anos 60 e 70, o membro honorário da Academia Portuguesa de Cinema, foi homenageado com o Sophia Carreira em 2014.
Dirigente cineclubista no Cineclube IMAGEM, crítico e articulista de cinema nas revistas Visor, Imagem, Actualidades, Seara Nova e outros jornais diários entre 1954 e 1963, Henrique Espírito Santo iniciou a sua actividade na produção cinematográfica em 1966 com José Fonseca e Costa, na Unifilme, uma produtora de filmes publicitários, documentários e curtas-metragens, onde se manteve até 1971.
De 1971 a 1973 foi Director de Produção do Centro Português de Cinema e em 1974, foi um dos sócios fundadores da cooperativa de produção Cinequanon, tendo fundado em 1976 a produtora Prole Filme, que se manteve em actividade até aos anos 2000.
Entre 1978 e 1980 foi professor na Escola de Cinema do Conservatório Nacional, altura em que publica o caderno “Produção de Filmes” (1978) para os seus alunos.
Enquanto director de produção trabalhou com cineastas como José Fonseca e Costa (O Recado, 1971 e Cinco Dias, Cinco Noites, 1995)) Luís Filipe Rocha (A Fuga, 1977), José Álvaro Morais (O Bobo, 1979), José de Sá Caetano (As Ruínas do Interior, 1976), Solveig Nordlund (Até Amanhã, Mário, 1992 e Comédia Infantil, 1997), João Mário Grilo (Olhos da Ásia, 1995). Destacam-se a produção de A Promessa, de António de Macedo, que entrou na selecção oficial do Festival de Cannes, em 1973, de Jaime, de António Reis, pioneiro do documentarismo em Portugal, Benilde ou a Virgem Mãe e Amor de Perdição, de Manoel de Oliveira.
Enquanto actor, participou em mais de duas dezenas de filmes, tais como “Meus Amigos” (1974) de António da Cunha Teles, “Tabu” (2012) de Miguel Gomes ou “Ramiro” (2017) de Manuel Mozos.
O produtor foi considerado pela Cinemateca Portuguesa de Cinema um “cineclubista de formação, antifascista militante por convicção, director de produção e produtor de profissão e, “last but not the least”, formador de toda uma geração de profissionais de cinema na área da produção”.
Faleceu a 19 de Janeiro de 2020.